sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

3... 2... 1! E agora?

(Existe tanta coisa a ser dita, coisas que talvez não precisem ser ditas... nem pensadas, ou notadas. Apenas sentidas e ignoradas. [Pro nosso próprio bem] Amém?
Como os poemas estão aí, andando na rua, e a gente puxa e joga no papel. A gente aprisiona a poesia pra libertar pessoas, mas adianta? Eu me liberto. Mas eu preciso?
Talvez essa tenha sido uma coisa que não precisasse ter sido dita, enfim).

Sinto cheiro de recomeço nesse 31 de dezembro que a gente brinda dizendo "mais um". O que talvez não seja algo novo, ou algo melhor. A gente recomeça por que errou? Por que não gostou? Por que enjoou? A gente recomeça pra fazer novas dívidas e novos amores? Ou pra mudar de vida e parar de fumar? A gente recomeça pra acertar, e não queremos que ninguém nos impeça.
Ou a gente não recomeça?

Que diferença faz?
A gente nunca muda, mesmo com essas roupas brancas que deveriam pedir paz.

Por que não trocamos as simpatias de fim de ano pela simpatia no dia-a-dia? Por que não largamos todos esses rituais por sorrisos mais sinceros? Quanta farsa há nessa festa, quanta grana, quanta gula, quanta merda. Vamos lá, ver os fogos na beira-mar, encher a cara, comemorar, beijar na boca, abraçar estranhos, desejar tudo de bom por pura convenção, vamos lá, ser sociais, seres sociais, vamos lá que o reveillon pede comemoração. Vamos lá, ser cínicos, prometer dietas e compromissos que deixaremos pra próxima festa de ANO NOVO(?). Vamos lá, inaugurar nossas roupas, celebrar o que passou, o que virá e ser ingênuos mais uma vez. Vamos lá, não tem problema, não ligue pro que eu falo, eu te absorvo. Vamos, vamos lá, aproveite a noite, comemore! Mas se perder a festa, ah, tudo bem, daqui a um ano também tem!
E de novo, e de novo, e de novo...
amém?




Um comentário:

  1. Já à venda valores descartáveis, compre hoje, somente hoje.
    Validade: 1 dia.
    -
    muito bom.

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