sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Aqui estou. Onde queria estar?

Leio Bukowski, ouço um rock meio rouco e arranhado, pinto minhas unhas dos pés de vermelho na minha cama, sujo o cobertor. Esse cobertor que sabe tanto sobre minha intimidade... As mulheres deveriam dominar o mundo, penso. Mas perdem tempo se achando dependentes dos homens e por isso acabam o sendo realmente. As mulheres têm medo da solidão. Os homens também, mas eles disfarçam melhor e isso deixa as mulheres loucas. De si e por eles.
Bem, veja, a solidão não é tão ruim assim. Você só tem de aprender a lidar com ela. Tudo que sei sobre mim foi ela quem me ensinou. Não foram os homens. Nem foram as mulheres. É ela quem me levanta as melhores questões, como:
quando morrer, o que deixarei de memória nas pessoas?
Isso importa?
Ser lembrada por algo bom?
Ser lembrada?
Isso deveria importar uma vez ausente da vida?
A vida continua e a gente se importa com quem vai ficar, a gente se importa com nossa reputação até quando nem existimos mais... quando nem... existirmos mais.
Mas passar por ela e não deixar nada quer obviamente dizer que não se fez nada de bom, que nada teve graça ou motivo. Bem, se pensássemos em deixar tais lembranças pelo menos nos preocuparíamos em viver alguma história. Isso quando viver importa.
A mim, não mais. Então fodam-se as lembranças.
A vida só tem sentido no orgasmo, que é quando esquecemos de tudo, tudo, e nada faz sentido.
Amanhã é natal, mas não faz diferença. Eu e a solidão vivemos em outro mundo, com outras datas comemorativas para ignorar.

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