segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

atmosfera

Como o cheiro do álcool deixa tudo mais leve, essa necessidade do simples me tira o peso do coração. O simples sorriso, o simples dar de mãos. Há em mim esse desejo de liberdade que me prende ao hábito de desobedecer. Preciso ser o que quiser para provar que posso ser. Para me provar. Enquanto provam de mim o gosto e o erro. Nada me satisfaz. Experimento de todas as sensações, do medo à loucura. Vou ou fujo, nada me satisfaz. Nada me satisfaz e eu fico nessa, assim, de batalha naval.
Mas há esse cheiro das flores e da grama, há a maresia me envolvendo e há o sol me banhando quando saio do trabalho. Há o vento e as cores e a música suave. Tudo isso que me deixa tão feliz. E há um quê no beijo dela, no toque, no andar e nos cabelos, mas ela não existe. Ela nem existe. Serei eu? Ou essa insatisfação? E ela nem existe, mas tem gosto de vinho.

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