sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Quis custodiet ipsos custodes?

Ontem acordei a fim de pintar o cabelo de vermelho.
Há um vinho em meu guarda-roupa aberto, quente e quase esquecido. Não tenho coragem, ainda estou de ressaca dessa vida intensa e meu nariz ainda sangra. E entre uma ressaca e outra, haha, a gente vai descobrindo coisas, aliás, descobrindo que sabe coisas, mas não as sabe sempre. Essas coisas que a gente sabe mas não sabe que sabe a gente só sente. Mas quando descobre que sabe passa a sempre saber. É um processo humano. Usar de algo para sair da consciência, (e há uma crítica tão grande em cima disso! Diga você que mal tem? A gente vive na lógica da vida, está sempre raciocinando considerando a ''realidade'' que está ao nosso redor, usando as leis e o 'senso social' como fórmula para estar dentro dos padrões) que mal tem em estar inconsciente de tudo isso que somos e temos de viver por pelo menos algumas horas? Que mal tem em reinventar novos porquês e novos talvez? Que mal há em se permitir pensar fora dessa lógica que nos envolve e ter novas ideias? O mal que a igreja inventa? O mal que a televisão criou? O mal que a justiça condena? Não. É fácil colocar a culpa em alguém. Tudo isso você adotou! Religião, vídeo show, barra pesada, a culpa não é de cada um deles, é muito maior do que isso, todos fazem parte do desenho da sociedade, não só 6 000 000 000 de pessoas do mundo, ou 303 000 000 dos EUA, ou 190 000 000 do Brasil. Não, é fácil colocar a culpa em todo mundo! A sociedade já somos eu e você, o vizinho, o motorista, o padeiro, o porteiro, o frentista. Somos todos nós, partindo de cada um. Nós condenamos e choramos a pena, com pena do castigo que inventamos, nós matamos os homens nos dizendo muito humanos. Nós criamos padrões que discordamos, infringimos o limite que nos damos, acusamos desejos que calamos, juntos nós pensamos, calados nós choramos e temos vergonha do que somos, do que queremos poder ser, mas não podemos, isso seria muita exposição! E é porque somos humanos, demasiadamente humanos. Humanos! Humanos?
Eu não, isso pra mim não! É a minha vida. Se eu tiver outras, ainda assim esta é única. Estamos aqui para aprender. Eu acho que cada um faz o que quiser da sua, mas também acho que tudo que não nos traz conhecimento é em vão. Julgar só por julgar? Desobedecer só por desobedecer? Isso sim é ser inconsciente. Até no gosto do vinho tem uma lição, seja moral, sentimental, racional... nada é em vão, não deixe que seja. É a sua vida. Se você tiver outras, ainda assim esta é única.
E o meu cabelo está vermelho, vermelho...

Um comentário:

  1. debbie. tu é a segunda a focar nesta questão de humanidade como "bondade" ou "compaixão". Uma outra gata, a pam, chegou a dizer que nós esquecemos do sentido original da palavra humano. Bom, o sentido ORIGINAL da palavra humano é apenas "algo que vem da terra", (como humus) não tem nada a ver com bondade e essas coisas. Isto é deturpação puxa-sardinhesca. O humano não é bom nem ruim, é os dois, bom quando se sente querido, e mau quando se sente ou por muito é acossado. Queria ver teu cabelo vermelho, que, já que falaste em consciencia e incosciencia, mtas vezes pintar o cabelo tem a ver com querer mudança, dizem que, geralmente, é um indicio de que a mulher está [parte suprimeida] bjos, lindinha.

    ResponderExcluir